Quando criei esse Instagram, há uns quatro anos atrás, junto com o blog, eu achava que seriam canais onde eu poderia falar das minhas experiências na minha caminhada com Deus e assim ajudar outras pessoas a investirem no relacionamento íntimo com Ele.
Eu estava completamente enganada, assim como estive até ontem.
Nesses cinco anos eu retomava e largava o blog e o Instagram por tantas vezes que nem consigo contar, e em todas as vezes que eu voltava pensava estar retomando de volta meu cargo de "ajudar as pessoas".
De todas as vezes que retomei, essa é a que eu estive mais comprometida, disposta a ser cada vez mais constante, a dividir cada vez mais experiências, viver e postar, viver, postar, postar, postar.
Além desse perfil tenho mais três. Um pessoal, um pra divulgar meu trabalho e um de um canal que criei no YouTube com a intenção de ensinar coisas sobre meu trabalho. Não sou constante em nenhum deles e geralmente gasto muito mais horas do que gostaria por aqui. Muito mais horas mesmo, de verdade, muito.
Nos últimos dias tenho me aproximado mais de Deus de uma forma diferente. Tenho me colocado a disposição de ouvir tudo que Ele tem a tratar ao meu respeito, até mesmo o que eu não quero de jeito nenhum mexer. E sério, eu esperava qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, mas nunca que Ele fosse me dizer que eu me comparo com as pessoas e que o Instagram tem sido uma ferramenta poderosa pra intensificar isso. Foi um tapão daqueles bem na minha cara.
Eu escuto e leio isso desde que cheguei aqui, Instagram e vida real não tem nada a ver, a gente sabe disso, não sabe? Sabe sim. Mas a gente se subestima, achamos que somos evoluídos nisso, se comparar com os outros é tão inseguro, eu não faço isso não, jamais.
A foto desse girassol foi tirada por mim, em um final de semana muito legal em família, mas um final de semana que eu estava desesperada por fazer as melhores fotos da minha vida, e eu fiz. Fiz uma sessão de fotos fofas e românticas com meu marido, algumas da família reunida jogando uno e a desse girassol. Foram as fotos mais lindas da minha vida, mas eu perdi os momentos. Não porque eu estava tirando a foto, porque a gente precisa registrar esses momentos legais. Eu não vivi o momento porque eu estava muito obcecada pela melhor foto.
Nos dias anteriores eu tinha conhecido um perfil que ensinava sobre fotografias com o celular, e eu sempre amei fotos. Ensinava edições no próprio celular e eu passei dias aprendendo a editar as fotos num aplicativo super legal, precisava das melhores fotos pra jogar nelas os melhores efeitos. A foto original, a de verdade, fica super sem graça quando você vê a que tem efeito, mas é a de verdade.
Se você plantar girassóis no jardim da sua casa você vai ver a segunda foto todo dia. Significa que agora eu odeio efeitos? Não. Pra mim as configurações de cores que eu coloquei só realçaram a beleza da criação, mas eu subestimei demais a linha tênue entre a inspiração e a comparação e atualmente vivo um momento de extrema insatisfação com quase tudo que tenho.
Minha casa não tem aquela super parede com todas as decorações estilo Pinterest que rodam nos perfis de donas de casa. O meu guarda roupa não tem todos os acessórios e roupas que preciso pra andar estilosa como as blogueiras dos perfis de moda. Eu não tenho marca textos suficientes, post-its coloridos, livros, nem uma bíblia de anotações descoladas pra fazer as fotos de estudos e da mesa de devocional como as blogueiras de Jesus com seus resumos lindos de estudos bíblico.
Comparação e ingratidão são primas. De primeiro grau. Se eu posso ajudar alguém com esse perfil será dizendo pra você terminar de ler esse texto, guardar o celular e viver. Já nascemos numa era difícil, já estamos num momento difícil, não precisamos passar o tempo bom que nos resta nos comparando e gerando cobranças desnecessárias por causa de conteúdos que em 90% das vezes é uma pura combinação de ângulo e efeito.

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